sábado, 11 de junho de 2011

Once upon a time...

Once upon a time, eu "apaixonei-me" por um rapaz que já conhecia há muito tempo. Com quem mantinha uma relação de amizade distante em termos espaciais, mas próxima em termos afectivos.

Partilhavamos os nossos dias através das fantásticas tecnologias da comunicação e, acima de tudo, partilhavamos tudo o que era fútil (que provava a nossa necessidade em ter o outro sempre por "perto") e profundo (que demonstrava o á-vontade e a confiança que se veio estabelendo).


Um dia, 2 de Janeiro, estava eu com um coração desde há muito ressacado de uma relação "yo-yo", que tanto era maravilhosa durante alguns dias, como era terrivel nos dias seguintes. com a clareza que a distancia proporciona posso até questionar a nomenclatura "relação" utilizada neste casa. Mas enfim, a verdade é que o meu coração estava ressacado, ressequido, esgotado e mal tratado. Neste maravilhoso iniciar de ano o meu amigo beija-me!

Mas que beijo MEU DEUS (merece até um paragrafo só a ele dedicado).
Estavamos a conversar e a rir das consequentes parvoices que diziamos e eu estava deveras a ficar incomodada pela forma fixa e absorvente como ele me olhava. Parecia que sugava cada palavra minha, cada suspiro meu, cada risada atrapalhada até que um beijo roubado com toda a sofreguidão de quem queria surgar-me a vida!

E um beijo foi tudo o que foi necessário para se seguirem promessas, convites, declarações... como se o beijo tivesse chegado tarde e fosse o declarado início de um relacionamento programado.

Como é habitual isto assustou-me. Satisfez-me de forma louca e fez-me sorrir, mas principalmente assustou-me.

Isto arrastou-se até Fevereiro do ano seguinte. Foram tempos de uma ginástica emocional em que os treinos consistiam na minha capacidade de resistência e flexibilidade: tinha de resistir a cometer aquilo que achava uma loucura (assumir uma relação com esta pessoa) e tinha de ser flexivel para continuar a adora-la, encontra-la e beija-la sem que passassemos a namorados nem deixassemos de ser amigos.

Eu recusava-me a acreditar que os votos e promessas que esta pessoa me fazia fosse veradeiros. Achava sempre que seria só uma tentativa de levar para a cama, de me fazer rastejar por ele e, por isso, mantive-me sempre à tona da situação, sendo sempre firme e dona de mim mesma, estando amorosamente com ele sem nunca levar a sério as suas promessas e dizeres, desvalorizando-as constante e persistentemente como forma de me escudar contra os seus ataques (que eu achava) manipulados.

Temia um relacionamento com esta pessoa como uma ovelha teme um lobo. Os seus compratamentos borderline e o seu passado nublado faziam-me temer uma ligação que a minha cabeça avisava torbulenta.

Assim, fevereiro foi o mês em que esta pessoa passou por mim num encontro inesperado na rua e não me dirigiu palavra. Aquilo fez-me uma confusão terrivel. Eu tinha a certeza que ele me tinha visto. como era possivel tamanha expressão de indiferença e uma descontração de tal ordem? Literalmente de uma hora para a outra.

Senti que tinha razão quanto a ele. Senti que todos os meus medos que ele tanto se esforçava para me convencer que eram infundados, afinal tinham todo o fundamento.

Seguiram-se algumas não-respostas a algumas mensagens minhas. Neste caso senti que todas as defesas que tinha criado me estavam a ser bastante úteis: à terceira não-resposta deixei por completo de enviar qualquer tipo de mensagem; à presença da tal pessoa no mesmo espaço que eu ignorava por completo adoptanto não uma atitude arrogante mas sim de descontração; nunca pedi qualquer tipo de explicações nem nunca questionei nada. Deixei as coisas morrerem de forma pacifica e assim tudo ficou.

Até ao dia que, claro, ele assumiu uma namorada. Aí vi a forma como ele a tratava, a forma como lhe falava e percebi que, afinal tudo o que eu tinha vindo a desprezar e a desvalorizar, assumindo como meras atitudes manipuladas para me enfeitiçar, eram na verdade geniunas. Esta pessoa era capaz de amar. O seu lado carinhoso não era, na verdade, uma máscara apropriadamente utilizada para enfeitiçar meninas e dirigi-las ao precipicio.

No dia em que o entendi não houve defesas que me protegessem: doeu de forma não-pacífica!

Daqui quero tirar uma lição: não quero jamais desvalorizar ou desprezar os sentimentos dos outros. Passei quase um ano a faze-lo e a magoar esta pessoa descredibilizando-o constantemente. Não vivi até ao potencial máximo o que poderia ter vivido com esta pessoa porque constantemente me protegi e o desvalorizei.
Não quero voltar a faze-lo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

T enho amigas que, mal começam uma relação, ou ainda quando estão na fase da "descoberta" do outro enquanto pessoa (e ainda não namorado) têm logo uma opinião muito acesa, determinada e planeada do que aquela pessoa vai ser nas sias vidas: "Ele não é o tipo de homem que quero para a minha vida por isto e isto e isto. eu quero um homem asim, assim e assim." E, isto não as impede de prosseguir com o relacionamento, uma vez que têm de viver e dar(-se) oportunidades de vida.

Eu já achei isto o suprasumo da inteligencia emocional. Já invejei tal capacidade e já tentei ser assim: determinar de forma clara precisa e minunciosa oque quero num homem e fazer uma triagem eficaz e quase-objectiva dos candidatos que se avizinham fazendo, contudo, que isso não me impedisse de "avançar" tendo sempre a consciencia de qual posição daquele homem na minha vida.

Hoje acho bom não ser assim. Hoje percebo que, apesar de todos os meus pânicos e dificuldades em me entregar, acrescidos da tarefa quase impossivel de me apaixonar, é algo de extremo valor! Não estabeleço o que quero num homem, aliás, ao fim de tanta reflexão a minha lista assinala pouquissimos e vagos itens: homem ligado à natureza; sorriso fácil e permanente; boa disposição e "inteligência social" (este termo acho que só eu sei o que significa para mim, não querendo eu dizer a verdadeira significancia da expressao supra citada, mas sim um conjunto de à-vontades e destrezas de ordem social que me parecem poder ser resumidas naquela expressão) .

Afinal, é bom apaixonar-me por quem tenho de me apaixonar, sem pensar como será ele enquanto "marido", sem fazer o teste de "check-list" para confirmar se o rapaz está aprovado para "o homem que procurava" ou não. Na verdade, só quero apaixonar-me! Viver e apaixonar-me!!!! Não quero controlar nada, não quero pôr ninguém à prova. Claro que irei arcar as consequencias desta minha leveza e, provavelmente, ainda irei escrever um post a dizer "Devia ter feito uma check-list e deveia ter percebido de vez que ele era um chumbo obvio!!!" Até lá...só quero mesmo viver e apaixonar-me :)
Oh Universo, não sei bem a que se deve este equilibrio, boa-disposição e fácil contemplação da vida mas, por favor, faz com que continue por muito tempo (se não for pedir demais: para sempre).

A minha "rotina" tem sido espectacular, a forma como me sinto tem sido graciosa e a forma como tenho visto e sentido o Mundo uma verdadeira benção! Não sei de onde vem todo este despertar mas, por favor, não me deixes adormecer.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

É engraçado como estabeleço uma viagem (road trip) em que a companhia serei eu e eu! Só eu.
Mais engraçado é a excitação e ansiedade que isso me traz, quase como se fosse fazer uma grande viagem com a melhor e mais desafiante das companhias. Engraçado como prevejo na minha cabeça o que vou fazer, o que irei sentir, como irá ser, tal como se fosse embarcar numa grande aventura.
É engraçado saber que ainda sou uma descoberta para mim própria. É excelente saber que sou capaz de me criar alguma ansiedade e excitação. :) Afinal, sou-me boa companhia!

domingo, 29 de maio de 2011

Adoptei um novo ritual que tento cumprir todas as noites sem excepção (se bem que por vezes o sono o vem interromper). todas as noites, quando estou no meu cantinho, bem antes de adormecer fecho os olhos, tento relaxar e sorrir e começo a fazer as minhas preces ao universo.

Não lhe costumo pedir nada, tento antes agradecer e sentir deveras esse agradecimento, por todas as pequenas bençãos que o Universo me proporcionou no dia que passou. Coisas como: nenhuma catastrofe ter abalado o meu mundo; por ter o privilegio dos meus familiares amados continuarem fisicamente comigo; por todo o amor que recebi durante o dia; pela minha saúde estar boa; pela minha cidade não ter sido abalada pelo poder da Natureza; pela presença dos meus amigos ao longo do meu dia; desculpo-me por ter reagido, inconscientemente, de forma menos correcta em alguma situação; agradeço o facto de estar consciente e alerta para os pequenos prazeres e as pequenas belezas do mundo (como acordar de manhã com o cantar dos passaros e isso ser so suficiente para, naquele momento, me fazer sentir feliz), etc, etc.

A verdade é que isto me tem feito sentir bem. tem-me obrigado a estar mais consciente dos pequenos tesouros que possuo e que, na pressa do dia, posso discurar.

sábado, 28 de maio de 2011

A tranquilidade abalada

Quando tenho trabalhado tão bem a minha aura e tenho instituido uma rotina saudável e agradavel; quando acho que realmente todo esse trabalho está a surtir um bom efeito; quando já denoto diferenças em mim vem uma brisa do Universo que me traz (por sinal) boas noticias e toda a minha euforia e ansiedade regressam.

Só hoje percebi que, até hoje, aquilo que achava ser felicidade, alegria é, na realidade, ansiedade e euforia.

Já fui feliz sem sequer saber que o era e, como a ironia do destino requer e como a cegueira humana ajuda, só agora o entendo. Felicidade é quando durmo uma noite tranquila, sorrio ao acordar, tomo um delicioso e renovador banho, saio para trabalhar no que gosto, regresso cedo, corro uma hora a olhar o horizonte sempre ao som de boa música, visto bikini para terminar o dia ao Sol a secar a água dos mergulhos refrescantes.

A felicidade é isto! É esta tranquilidade suave e pacifica.

Esta ansiedade e euforia de quando se recebem boas e empolgantes noticias, não é felicidade! Não é tranquilo e nem tão pouco confortavel.

Agora coloco-me a questão: então como evito estes surtos de "falsa-felicidade" que, ainda por acrescimo, vêm destituir toda a calmaria que tanto custa a atingir??? Como começo a gerir estas noticias que têm um impacto que deveria ser positivo, mas que em simultaneo não geram felicidade mas sim "falsa-felicidade"? Como transformo este impacto de "falsa-felicidade" num impacto de "felicidade" ?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

ansiedade

Depois de uma fase de tranquilidade, de boa e suave maré esta ansiedade consumista. Uma ansiedade que não morre e nem sequer desmaia.


Temo que esta ansiedade esteja intima e fortemente ligada à minha recente (não, não é dum todo assim tão recente) sentimento de "fuga-temporal" - o tempo passa, o tempo urge, o tempo escapasse de forma veloz. E quase nada vivi.


Quero viajar, quero libertar-me destas amarras sociais e reponsabilizantes. quero ser livre e viver para um local paradisiaco (ou até que deixasse de ser) por um longo periodo de tempo. Desejava usar chinelos e roupas leves despreocupadas, ocupando o dia de actividade fisicas estimulantes, preenchendo os repousos fisicos de intensa e saborosa descoberta espiritual.


Quero tanto ! mas continuo-me a dizer que "É-me dificil!". Bem sei que existem uma serie de questões burocráticas, financeiras e responsabilizantes (lá está) mas que simplesmente teria de adoptar um espirito livre e desprendido, nada mais. Mas todas as amarras que me criaram e, que permiti colaborando com passividade e consentimento, me apertam em demasia.